Agradecimento especial.

Depois do acidente em janeiro de 2010 fiquei muito assustada, principalmente em como as pessoas reagiriam a minha deficiência, uma vez que vivemos em um mundo preconceituoso onde o diferente é marginalizado e agora eu estou diferente e, mesmo que temporariamente, estou presa a uma cadeira de rodas.
Muita gente foi me ver no hospital,, a maioria, sem duvidas, por pura curiosidade, pois nunca mais apareceram, ligaram ou mandaram mensagens pelas redes sociais, mas algumas foram até lá por solidariedade, pra me dizer, sem palavras: “Nada mudou, estamos com você como sempre estivemos.”
A essas pessoas, amigos de verdade, o meu muito obrigado por me aceitarem diferente, por estarem sempre ao meu lado independente de qualquer coisa. Obrigado por me arrancarem de casa toda vez que quis me esconder, obrigado por continuarem a me tratar como igual, deixando a minha deficiência em segundo plano sempre. Sem duvidas isso fez toda diferença para que eu me aceitasse deficiente.
Sei que nem sempre é fácil me incluir devido a falta de acessibilidade, a cadeira nem sempre cabe nos porta malas e algumas vezes temos que enfrentar o preconceito. Entendo que tudo isso fez com que algumas pessoas se afastassem, afinal assusta, não é? Mas vocês não se deixaram intimidar por esses obstáculos e enfrentar tudo ao lado de vocês é muito mais fácil.
Obrigado ainda as pessoas que me receberam de braços aberto, que não se intimidaram por eu não ter uma perna ou por andar de cadeira de rodas e que, apesar de não conhecer a minha historia, me incluíram. Sei que nem sempre é fácil conviver com o diferente.
Aos que se afastaram ou tentaram me manter a margem eu sinto dizer, mas estou cercada de anjos aos quais chamo de amigos que estão fazendo justamente o contrário.
Por isso o meu agradecimento a todos vocês, amigos e aqui inclui todos da minha familia, que sempre estão ao meu lado. Não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer ninguém, mas quero deixar o meu MUITO OBRIGADO e dizer que AMO VOCÊS e com certeza fazem muita diferença na minha vida.

Acessibilidade é tendência para novos negócios - (Jornal O Globo)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15% da população brasileira possui algum tipo de necessidade especial. A inclusão da acessibilidade como tendência de mercado tem como base a carência de produtos e serviços nessa área. A ONG Novo Ser, do Rio de Janeiro, que ganhou notoriedade no País após apresentar seus produtos em uma novela, apresenta uma diversidade de artigos, comprovando que a acessibilidade pode se tornar um negócio viável.

A utilização de cadeiras anfíbias, que permitem aos cadeirantes o acesso à praia, é uma prova de como o mercado pode atender a um público diversificado e promover a geração de negócios e renda. Além de cadeiras anfíbias, produtos como raquetes de frescoball e pranchas adaptadas para cadeirantes despertaram a curiosidade dos visitantes do espaço da ONG, que realiza gratuitamente no Rio de Janeiro o Projeto Praia para Todos.

“A acessibilidade como negócio é uma tendência para o mercado que ainda não foi descoberta, mas que possui vasto horizonte a ser desbravado. Pessoas com deficiência também são cidadãos e necessitam de estrutura adequada”, afirma Ricardo Gonzalez, cadeirante e idealizador do projeto.

Assim como no caso de Ricardo, a defesa da causa própria também fez com que o veterinário João Pacheco investisse em projetos direcionados a atender pessoas com necessidades especiais. Após ficar tetraplégico e esbarrar nas dificuldades do dia a dia, Pacheco virou empresário e atualmente comercializa cadeiras de rodas especializadas, peças com tecnologia acessiva, como os talheres adaptados e o inovador capacete para digitação. Os equipamentos garantem o retorno a atividades como acessar a internet. “Sempre procurava produtos que me ajudassem, mas não encontrava. Hoje consigo até acessar a internet e movimentar minha empresa, que funciona com vendas virtuais e atende a todo o Brasil”, pontua.

Gastão Cabral, proprietário de restaurantes no litoral de Natal (RN), também faz a sua parte. O empresário está ampliando a oferta de equipamentos de acessibilidade em seus empreendimentos. “Tenho muitos clientes com algum tipo de necessidade especial, e que, como os outros, consomem, gastam, e necessitam de estrutura diferenciada. Apesar de a lei obrigar a oferecer rampas, vagas de estacionamento e tantos outros itens, muitos empresários não cumprem e é nisso que estou apostando. Não é todo mundo que existem muitas oportunidades de negócio que ainda não são exploradas na área”, promete Gastão.

Acessibilidade Aquaticu´s Bar, Maringá - Pr (Nota 10)



Ontem  fui jantar no Aquaticu´s Bar, aqui em Maringá, e como sempre observei a acessibilidade do local e fiquei muito feliz com a facilidade de locomoção dentro de todo o estabelecimento.

A entrada de cadeirante não é feita pela porta principal, pois a mesma apresenta um pequeno degrau, mas isso não causa muitos transtornos na minha opnião, pelo contrário é mais comodo pois não temos que enfrentar fila e/ou enfrentar os olhares dos que estão na fila quando furamos a mesma.

Dentro do bar em alguns lugares existem pequenos degraus, mas todos transponiveis por cadeirantes, as mesas estão a uma distancia que permite que cadeirantes se movam sem problemas.

O banheiro feminino é totalmente adaptado e por isso de muito fácil utilização.  Os atendimento é excelente, todos são muito prestativo e estão sempre preocupados com o bem estar dos frequentadores.

Não exite vagas reservadas para deficientes, mas o bar oferece serviço de manobrista o que ajuda muito.

Levando em conta a qualidade do atendimento e a acessibilidade do local NOTA 10 para o Aquaticu´s Bar e 5 cadeirinhas da acessibilidade para eles. PARABÉNS

Carlos Eduardo Lopes e quantos mais?

Através do blog e da comunidade no orkut "Acessibilidade. Nós queremos!!" conheci outros cadeirantes que passam por situações semelhantes ou piores do que as que relato, nesses canais, como é o caso do Carlos Eduardo Lopes que me contou parte de sua história, olha o que ele diz:

Meu nome é Carlos Eduardo, tenho 29 anos, nasci em São Paulo, tenho PC (Paralisia Cerebral), comecei a estudar tarde aos 11 anos, na A.A.C.D. lá fiquei até os dezoito anos, quando então me transferi para uma escola mais perto de minha casa, pois a A.A.C.D. era um ponto longe.

Em 1989, conheci Ibiúna, cidade do interior de São Paulo, tenho parentes, por isso costumava passar as férias aqui. Em 2002, me mudei para cá, moro com meus pais e uma irmã.
 
Em 2007, terminei o Ensino Médio. Em 2010, passei no vestibular para Ciência da Computação, mas não consegui cursar a faculdade porque, a prefeitura daqui não que me dar transporte.

 
MINHA VIDA SOLITÁRIA.

Eu tenho alguns problemas de locomoção, pois moro em uma região muito esburacada de Ibiúna, por isso não saio muito de casa só saio quando recebo amigos que tem carro.

A maioria do tempo fico no meu quarto vendo televisão. eu acho minha vida muito chata, pois quando quero sair pra alguns lugar, não dá por causa dos buracos da minha rua e isso me chateia muito.
 
Histórias assim me deixam muito triste. Tá certo que o Carlos nasceu com problemas que o limitam em algumas coisas, mas podemos perceber que o cognitivo dele é totalmente preservado o que talvez falte é estimulo. Percebemos ainda que não é por falta de vontade que ele não estuda e não por falta de capacidade, o que falta é infroestrutura.
 
Quantos outros estão na mesma situação que o Carlos, não saem de casa quase nunca e não realizam seus sonhos por falta de acessibilidade? Quando a sociedade vai se conscientizar e tirar essas pessoas da margem?

Que ajudar? É só perguntar.


Nessas minhas andanças por ai, percebi que algumas pessoas, algumas vezes, tem desejo de se aproximar de um deficiente para oferecer ajuda, pra bater papo e conhecer um pouco da história do outro, mas não se aproximam e perdem a oportunidade.

Por isso estou aqui hoje, pra falar com você que quer ajudar mas não sabe como, vou dar umas dicas que, se não serve para a todos, serve para a maioria. Se você vê um deficiente, seja ele quem for, ou que tipo de deficiência tenha, e quer oferecer a sua ajuda, chegue e pergunte se a sua ajuda é necessária, se realmente for será muito bem vinda, caso não seja a pessoa vai te dizer. Se você não sabe como ajudar, pergunte, o deficiente é a pessoa mais indicada pra te dizer, afinal lidamos com isso todos os dias.

Outra coisa, somos pessoas normais, geralmente não quebramos tão facilmente e se dizemos que você pegue aqui ou ali é porque realmente pode, nossos braços e pernas não vão se soltar sozinhos, não se preocupe. Nunca, em hipótese nenhuma, ajude sem perguntar se é necessário, ou sem perguntar como pode ajudar, algumas pessoas na ancia de ajudar acabam atrapalhando, por não saber como conduzir uma cadeira ou guiar um cego.

Se a ideia é só conhecer a pessoa e saber um pouco mais da sua história, convide a pessoa para um lanche, lógico que uma pessoa ou outra é mais resistente em relação a isso, mas a maioria de nós vai adorar e pode ser o inicio de uma grande amizade.

Uma ultima coisa, se chegarmos no seu estabelecimento comercial e você não tem a mínima ideia de como nos atender, não nos ignore, se entramos ali é porque queremos algo, como todo mundo, não se preocupe que diremos e se for necessário guiaremos o atendimento. Como disse somos igual a todo mundo, compramos, comemos e adoramos nos divertir, a cadeira pode limitar um pouco, mas não nos impede totalmente.

Se ainda houverem duvidas e você quiser bater um papo sobre o assunto estou a disposição.

Sensibilização




Uma pena não ser legendado, mas o video é muito claro.

Deficiências - Mário Quintana



"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

"Miseráveis" são todos que não conseguem enxergar a grandeza de Deus.

Acessibilidade, um direito de todos (by Edina Maria Franciosi)

Muitos espaços de nossas cidades, como ruas, passeios, edifícios públicos, comerciais e residenciais são locais freqüentados por uma grande diversidade de usuários. Em razão disso, eles devem atender ampla gama da população, considerando as variações de tamanho, sexo, peso e diferentes habilidades ou limitações que as pessoas possam ter.

Muitos ficam excluídos de uma participação mais ativa na sociedade em razão das chamadas barreiras arquitetônicas. A preocupação em oferecer espaços adequados a todos, sem distinções, facilita não apenas o acesso físico aos espaços públicos e privados, mas o acesso ao emprego, informação e relações sociais que hoje se encontram disponíveis aos demais cidadãos não portadores de necessidades especiais. Alguns exemplos de recursos que podem ser utilizados para tornar os ambientes mais acessíveis são indicados a seguir: no caso de pessoas com dificuldades visuais é indicado que seja dosado o nível de claridade, visando boa iluminação, porém com redução do ofuscamento; para um trajeto mais seguro é necessário garantir a conservação dos pisos e evidenciar mudanças de nível. Para pessoas com dificuldades auditivas é fundamental indicar rotas de fuga e fazer bom uso da programação visual, com símbolos, cores e sinais luminosos. E para aquelas com dificuldades locomotoras, garantir o acesso em nível em praticamente todos os ambientes dos edifícios e vias públicas, dispondo de rampas, elevadores ou equipamentos como plataformas elevatórias, passagens com dimensões que permitam o trânsito de cadeiras de rodas além de vaga específica para estacionamento.

Desta forma, pode-se permitir que todos usufruam desses espaços e desempenhem suas tarefas cotidianas com segurança, confiança, comodidade e independência, lembrando que limitações, capacidades e necessidades são características naturais do ser humano. Assim, devemos entender que não podemos dizer que as pessoas são portadoras de deficiência, mas é o nosso ambiente construído que está deficiente por não ser adaptado ao uso dessas pessoas.

Descaso...

Hoje me fui ao hospital fazer uma cirurgia, que está marcada a pelo menos três semanas, cheguei no horário, preenchi todos os formulários de internação e fiquei aguardando na recepção, passaram-se uma, duas, três, quatro horas e nada de me chamarem.

Quando minha mãe foi questionar o porque da demora, nos informaram que não havia leitos o suficiente para internar todos que estavam aguardando por cirurgia nesse dia e que algumas teriam que ser remarcadas. Convenhamos né! Ficamos horas lá, em jejum e a nica coisa que dizem é: "Voltem outra hora"

Fico pensando se o Hospital Santa Rita não tem funcionários competentes o suficiente para identificar essa falta de leito com antecedencia e no mínimo nos informar o quanto antes, afinal saímos de nossas coisas com a esperança que nosso problema seja resolvido e a única coisa que recebemos é o total descaso de funcionários mal preparados.

Tá que a saúde no Brasil é uma droga, mas estamos falando de um Hospital particular, que se bem gerenciado pode muito bem evitar esse tipo de problema. Lógico que é muito mais fácil se credenciar a todos os planos de saúde e ao sistema único de saúde e continuar mandando paciente para casa, sem atendimento, em caso de superlotação.

O pior de tudo isso é ter se planejado para uma coisa e ela não acontecer, tem ideia de quantas oportunidades são perdidas, afinal, apesar de estar numa cadeira de rodas a minha vida não parou e quando programo um pit stop espero que ele de certo, ou uma série de outras coisas também não darão.
 
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